sábado, 3 de novembro de 2018


A OBSESSÃO DO FOGO
DE
UMBERTO ECO


(DO PAPIRO À ERA DIGITAL)


Adriano Milho Cordeiro[1]


            Jean-Philippe de Tonnac conduz à volta da importância dos livros no decurso da História, um especial diálogo entre Umberto Eco, excepcional romancista e pensador do mundo hodierno e Jean-Claude Carrière, cineasta e ensaísta.
O livro acompanha-nos há muito. «Do mesmo modo, se o livro electrónico acabar por se impor em detrimento do livro impresso, há poucas razões para que este último seja expulso das nossas casas e dos nossos hábitos. O e-book não matará o livro. Assim como Gutenberg e a sua genial invenção não suprimiram de um dia para o outro o uso dos códices, nem este, o comércio dos rolos de papiro ou volumina[2].» Existe, isso sim, um ampliar do conjunto de oportunidades de registarmos os nossos conhecimentos e as nossas memórias. O filme ainda não trucidou a pintura, nem a televisão o cinema. A civilização ocidental sacralizou o livro. De certa forma, com a era da Internet quebrámos a antiga e costumada ligação estabelecida entre os discursos e a sua materialidade memorizada, os livros em formato tradicional. Alguns falam em subversão. Não serão antes sinais dos tempos, um assumir diferente no que diz respeito ao repositório das memórias!?
Porém, quanto à conservação das obras em formatos clássicos, não é por mero acaso que Umberto Eco paga uma soma considerável para que a sua colecção esteja segura. Nem foi por uma eventualidade que escreveu o romance, O Nome da Rosa sobre uma biblioteca que alguém incendeia. No entanto e apesar de seguros, será sempre uma tragédia se um exemplar de um livro for destruído, quer isso aconteça em relação à biblioteca pessoal de Umberto Eco, quer em relação a outra qualquer. Então se um dado objecto de ‘sabedoria / cultura’ for único, ou raro e se perder para sempre, não há dinheiro que pague tal dano: são valores inestimáveis que se entrelaçam e emaranham no mundo dos afectos. A partir de um dado momento não têm preço. Na verdade, o coleccionador de livros acondiciona dentro de si o seu afecto colossal pelos volumes escritos e a obsessão terrífica do fogo, o que ainda o deixa mais inquieto.
Todavia, que assuntos são tratados em A Obsessão pelo Fogo? «A finalidade das conversas entre Jean-Claude Carrière e Umberto Eco não era estatuir a natureza das transformações e perturbações que a adopção (ou não) do livro electrónico em grande escala pode anunciar. A sua experiência de bibliófilos, coleccionadores de livros antigos e raros, escrutadores e batedores de incunábulos, leva-os aqui a considerar de preferência que o livro é, tal como a roda, uma espécie de perfeição inultrapassável na ordem do imaginário. Quando a civilização inventa a roda, está condenada a repetir-se ad nauseam. Quer se escolha remontar a invenção do livro aos primeiros códices (cerca do século II da nossa era) ou aos rolos de papiro mais antigos, encontramo-nos diante de um instrumento que, para lá das mutações que sofreu, se revelou de uma extraordinária fidelidade a si mesmo. O livro surge aqui como uma espécie de “roda do saber e do imaginário” que as revoluções tecnológicas anunciadas ou temidas não poderão deter. Uma vez estabelecido este ponto tranquilizador, pode dar-se início ao verdadeiro debate[3].» Por isso, a obra, A Obsessão do Fogo abre com o capítulo «O livro não morrerá». Na opinião de Umberto Eco, esse objecto extraordinário não desaparecerá… diz-nos o pensador: «O livro é como a colher, o martelo, a roda ou o cinzel. Uma vez inventados, não se pode fazer melhor. Não se pode fazer uma colher que seja melhor que uma colher. Os designers tentam, por exemplo, melhorar o saca-rolhas, com sucessos muito moderados e que a maior parte das vezes não funcionam. Philippe Starck tentou inovar no campo dos espremedores de limões, mas o seu modelo (para salvaguardar uma certa pureza estética) deixa passar as pevides. O livro provou os seus méritos e não consigo ver como, para o mesmo uso, se poderia fazer melhor do que o livro. Talvez evolua nas suas componentes, talvez as suas páginas deixem de ser feitas de papel. Mas continuará a ser o que é[4]
            À medida que lemos esta obra, percorremos mais de dois milénios e meio de História e as ideias de dois grandes pensadores acerca de papiros, volumina, códices, enfim, de livros e dos ‘revolvimentos’ que esses objectos provocaram na espécie humana e no planeta Terra. Tentamos, por vezes, perceber o contexto em que surgiram ou como poderão ter sobrevivido; todavia descobrimos muito pouco, pois a maior parte desses artefactos tem uma história de séculos; foram usufruídos provavelmente por gente ‘simples’ e ‘poderosos’, atravessaram revoluções, ou foram salvos, in extremis de qualquer calamidade. Na maior parte dos casos, se pudéssemos indagar o “ADN” ‘errático’, ou seja, o itinerário e os caminhos que cada volume percorreu até chegar a nós, de nada nos serviria uma vez que nada ficaríamos a saber, pois as marcas indeléveis perderam-se no pó dos tempos e, da sua história particular quase nada resta. O que sobrou do passado e o que podemos contemplar em nossas mãos deve-se muitas vezes a néscios e pacóvios[5].
            Eco e Carrière viajam com palavras e sobre as palavras que compõem um livro e também sobre a sua ligação com vida dos humanos; afinal, os dois intelectuais jornadeiam sobre a História do livro em particular e da Literatura, da Arte e das Ideias em geral. Fala-se do proselitismo da ignorância e da paixão pela idiotia[6]. O que percorremos à medida que lemos as páginas de Obsessão pelo Fogo é um incrível exercício de erudição de dois homens, habituados a escrever livros, mas também a ler, dois apaixonados coleccionadores de livros. Toda a sabedoria e cultura individual de Jean Claude Carrière e Umberto Eco perpassam nas páginas da obra.
            Pressentimos que a obsessão pelo fogo, ou seja, a queima e a destruição de cultura(s) e bibliotecas, ou até de livros individualmente, permanecerá se a espécie humana não evoluir e transformar a sua própria consciência, o que diga-se em abono da verdade, para já, não nos parece possível, infelizmente.
            Tenhamos esperança, ainda assim. Alguns dos Direitos Fundamentais do Homem assentam em artigos da Constituição Ateniense do século IV a.C.[7] Só teremos de esperar mais alguns milénios até que algo mude um pouco, para que afinal tudo fique quase igual. Talvez a obsessão pelo fogo tal como a conhecemos, tão física, tão corporal desapareça e surjam outras formas mais virtuais de controlar, tão macias e aveludadas, numa dissimulação tão perfeita, que obsessivamente não tenhamos dado por elas surgirem, ou talvez, por dúvida ‘cauta’, intuitivamente nos façamos de obtusos. Ou talvez não! Talvez se verifique precisamente o contrário.

A saga da errância humana em busca de utopias haveria de permanecer até hoje e julgo que é da nossa condição que ela viva para sempre em cada um de nós. Uma dessas erráticas utopias liga-se a um défice de amor e também em alguns casos, à falta de entendimento que o ‘Homem’, ou alguns ‘humanos’ têm mostrado pelo livro ao longo de milénios. Os livros, esses eternos amigos em formato tradicional, ou em novos moldes ajudar-nos-ão na deriva da existência e a torná-la menos procelosa.

Concluindo: «Com a inteligência e o humor que lhes são reconhecidos, Eco e Carrière encetam uma viagem pela história dos livros e da literatura no geral, desde os papiros até à era digital da Internet e dos e-books. Um notável exercício de erudição de dois leitores apaixonados e coleccionadores de livros, uma espécie cada vez mais escassa numa era de obstinação pelo progresso tecnológico[8]







[1] - Membro Colaborador do CLP – CENTRO DE LITERATURA PORTUGUESA DA FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA.
- Membro Colaborador do CECH – CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS E HUMANÍSTICOS DA FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA.
- Mestre em Literatura Clássica. Mestre em Estudos Clássicos – Mundo Antigo. Doutorando em Literatura Portuguesa e em Poética e Hermenêutica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
[2] Umberto Eco e Jean-Claude Carrière, A Obsessão do Fogo, Lisboa, Difel, 2009, p. 9.
[3] Idem, Ibidem, pp. 10-11.
[4] Idem, pp. 20-21.
[5] Vide  http://www.wook.pt/ficha/a-obsessao-do-fogo/a/id/2020852.
[6] Umberto Eco e Jean-Claude Carrière, op. cit., p. 193.
[7] Cf. Delfim Ferreira Leão, Aristóteles. Constituição dos Atenienses, Introdução, tradução do Grego e notas, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2003.  
[8] Cf. http://www.wook.pt/ficha/a-obsessao-do-fogo/a/id/2020852.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018


A OBSESSÃO DO FOGO
DE
UMBERTO ECO


(DO PAPIRO À ERA DIGITAL)


Adriano Milho Cordeiro[1]


            Jean-Philippe de Tonnac conduz à volta da importância dos livros no decurso da História, um especial diálogo entre Umberto Eco, excepcional romancista e pensador do mundo hodierno e Jean-Claude Carrière, cineasta e ensaísta.
O livro acompanha-nos há muito. «Do mesmo modo, se o livro electrónico acabar por se impor em detrimento do livro impresso, há poucas razões para que este último seja expulso das nossas casas e dos nossos hábitos. O e-book não matará o livro. Assim como Gutenberg e a sua genial invenção não suprimiram de um dia para o outro o uso dos códices, nem este, o comércio dos rolos de papiro ou volumina[2].» Existe, isso sim, um ampliar do conjunto de oportunidades de registarmos os nossos conhecimentos e as nossas memórias. O filme ainda não trucidou a pintura, nem a televisão o cinema. A civilização ocidental sacralizou o livro. De certa forma, com a era da Internet quebrámos a antiga e costumada ligação estabelecida entre os discursos e a sua materialidade memorizada, os livros em formato tradicional. Alguns falam em subversão. Não serão antes sinais dos tempos, um assumir diferente no que diz respeito ao repositório das memórias!?
Porém, quanto à conservação das obras em formatos clássicos, não é por mero acaso que Umberto Eco paga uma soma considerável para que a sua colecção esteja segura. Nem foi por uma eventualidade que escreveu o romance, O Nome da Rosa sobre uma biblioteca que alguém incendeia. No entanto e apesar de seguros, será sempre uma tragédia se um exemplar de um livro for destruído, quer isso aconteça em relação à biblioteca pessoal de Umberto Eco, quer em relação a outra qualquer. Então se um dado objecto de ‘sabedoria / cultura’ for único, ou raro e se perder para sempre, não há dinheiro que pague tal dano: são valores inestimáveis que se entrelaçam e emaranham no mundo dos afectos. A partir de um dado momento não têm preço. Na verdade, o coleccionador de livros acondiciona dentro de si o seu afecto colossal pelos volumes escritos e a obsessão terrífica do fogo, o que ainda o deixa mais inquieto.
Todavia, que assuntos são tratados em A Obsessão pelo Fogo? «A finalidade das conversas entre Jean-Claude Carrière e Umberto Eco não era estatuir a natureza das transformações e perturbações que a adopção (ou não) do livro electrónico em grande escala pode anunciar. A sua experiência de bibliófilos, coleccionadores de livros antigos e raros, escrutadores e batedores de incunábulos, leva-os aqui a considerar de preferência que o livro é, tal como a roda, uma espécie de perfeição inultrapassável na ordem do imaginário. Quando a civilização inventa a roda, está condenada a repetir-se ad nauseam. Quer se escolha remontar a invenção do livro aos primeiros códices (cerca do século II da nossa era) ou aos rolos de papiro mais antigos, encontramo-nos diante de um instrumento que, para lá das mutações que sofreu, se revelou de uma extraordinária fidelidade a si mesmo. O livro surge aqui como uma espécie de “roda do saber e do imaginário” que as revoluções tecnológicas anunciadas ou temidas não poderão deter. Uma vez estabelecido este ponto tranquilizador, pode dar-se início ao verdadeiro debate[3].» Por isso, a obra, A Obsessão do Fogo abre com o capítulo «O livro não morrerá». Na opinião de Umberto Eco, esse objecto extraordinário não desaparecerá… diz-nos o pensador: «O livro é como a colher, o martelo, a roda ou o cinzel. Uma vez inventados, não se pode fazer melhor. Não se pode fazer uma colher que seja melhor que uma colher. Os designers tentam, por exemplo, melhorar o saca-rolhas, com sucessos muito moderados e que a maior parte das vezes não funcionam. Philippe Starck tentou inovar no campo dos espremedores de limões, mas o seu modelo (para salvaguardar uma certa pureza estética) deixa passar as pevides. O livro provou os seus méritos e não consigo ver como, para o mesmo uso, se poderia fazer melhor do que o livro. Talvez evolua nas suas componentes, talvez as suas páginas deixem de ser feitas de papel. Mas continuará a ser o que é[4]
            À medida que lemos esta obra, percorremos mais de dois milénios e meio de História e as ideias de dois grandes pensadores acerca de papiros, volumina, códices, enfim, de livros e dos ‘revolvimentos’ que esses objectos provocaram na espécie humana e no planeta Terra. Tentamos, por vezes, perceber o contexto em que surgiram ou como poderão ter sobrevivido; todavia descobrimos muito pouco, pois a maior parte desses artefactos tem uma história de séculos; foram usufruídos provavelmente por gente ‘simples’ e ‘poderosos’, atravessaram revoluções, ou foram salvos, in extremis de qualquer calamidade. Na maior parte dos casos, se pudéssemos indagar o “ADN” ‘errático’, ou seja, o itinerário e os caminhos que cada volume percorreu até chegar a nós, de nada nos serviria uma vez que nada ficaríamos a saber, pois as marcas indeléveis perderam-se no pó dos tempos e, da sua história particular quase nada resta. O que sobrou do passado e o que podemos contemplar em nossas mãos deve-se muitas vezes a néscios e pacóvios[5].
            Eco e Carrière viajam com palavras e sobre as palavras que compõem um livro e também sobre a sua ligação com vida dos humanos; afinal, os dois intelectuais jornadeiam sobre a História do livro em particular e da Literatura, da Arte e das Ideias em geral. Fala-se do proselitismo da ignorância e da paixão pela idiotia[6]. O que percorremos à medida que lemos as páginas de Obsessão pelo Fogo é um incrível exercício de erudição de dois homens, habituados a escrever livros, mas também a ler, dois apaixonados coleccionadores de livros. Toda a sabedoria e cultura individual de Jean Claude Carrière e Umberto Eco perpassam nas páginas da obra.
            Pressentimos que a obsessão pelo fogo, ou seja, a queima e a destruição de cultura(s) e bibliotecas, ou até de livros individualmente, permanecerá se a espécie humana não evoluir e transformar a sua própria consciência, o que diga-se em abono da verdade, para já, não nos parece possível, infelizmente.
            Tenhamos esperança, ainda assim. Alguns dos Direitos Fundamentais do Homem assentam em artigos da Constituição Ateniense do século IV a.C.[7] Só teremos de esperar mais alguns milénios até que algo mude um pouco, para que afinal tudo fique quase igual. Talvez a obsessão pelo fogo tal como a conhecemos, tão física, tão corporal desapareça e surjam outras formas mais virtuais de controlar, tão macias e aveludadas, numa dissimulação tão perfeita, que obsessivamente não tenhamos dado por elas surgirem, ou talvez, por dúvida ‘cauta’, intuitivamente nos façamos de obtusos. Ou talvez não! Talvez se verifique precisamente o contrário.

A saga da errância humana em busca de utopias haveria de permanecer até hoje e julgo que é da nossa condição que ela viva para sempre em cada um de nós. Uma dessas erráticas utopias liga-se a um défice de amor e também em alguns casos, à falta de entendimento que o ‘Homem’, ou alguns ‘humanos’ têm mostrado pelo livro ao longo de milénios. Os livros, esses eternos amigos em formato tradicional, ou em novos moldes ajudar-nos-ão na deriva da existência e a torná-la menos procelosa.

Concluindo: «Com a inteligência e o humor que lhes são reconhecidos, Eco e Carrière encetam uma viagem pela história dos livros e da literatura no geral, desde os papiros até à era digital da Internet e dos e-books. Um notável exercício de erudição de dois leitores apaixonados e coleccionadores de livros, uma espécie cada vez mais escassa numa era de obstinação pelo progresso tecnológico[8]






[1] - Membro Colaborador do CLP – CENTRO DE LITERATURA PORTUGUESA DA FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA.
- Membro Colaborador do CECH – CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS E HUMANÍSTICOS DA FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA.
- Mestre em Literatura Clássica. Mestre em Estudos Clássicos – Mundo Antigo. Doutorando em Literatura Portuguesa e em Poética e Hermenêutica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
[2] Umberto Eco e Jean-Claude Carrière, A Obsessão do Fogo, Lisboa, Difel, 2009, p. 9.
[3] Idem, Ibidem, pp. 10-11.
[4] Idem, pp. 20-21.
[5] Vide  http://www.wook.pt/ficha/a-obsessao-do-fogo/a/id/2020852.
[6] Umberto Eco e Jean-Claude Carrière, op. cit., p. 193.
[7] Cf. Delfim Ferreira Leão, Aristóteles. Constituição dos Atenienses, Introdução, tradução do Grego e notas, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2003.  
[8] Cf. http://www.wook.pt/ficha/a-obsessao-do-fogo/a/id/2020852.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Livrarias
ISBN: 9789897223617Edição ou reimpressão: Editor: Quetzal EditoresIdioma: PortuguêsDimensões: 148 x 232 x 24 mmEncadernação: Capa molePáginas: 344Tipo de Produto: LivroClassificação TemáticaLivros em Português > Literatura > Literatura de Viagem



























«SINOPSE

Qual é o significado das livrarias no imaginário coletivo? Qual é o seu papel na História das Ideias e das Letras? Neste brilhante ensaio, Jorge Carrión cria uma possível cronologia do desenvolvimento das livrarias e da sua representação artística - como se transformaram em mitos culturais, em centros de tertúlia e de resistência política.

A Livraria Bertrand do Chiado tinha de ser uma das escolhidas, assim como a Strand, de Nova Iorque, as parisienses La Hune e Shakespeare and Company, a Librairie de Colonnes de Tânger, City Lights de São Francisco e muitas outras.» in https://www.wook.pt/livro/livrarias-jorge-carrion/19239603.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

«Borrador de huma arte poetica apresenta-se perante o leitor como uma reflexão acerca da Poética, como uma espécie de epígono da teoria literária dos finais do Cinquecento, no entanto, já Maneirista em termos de ideário e que os homens de letras deveriam observar. O estudo da obra de D. António de Ataíde permitiu descortinar alusões feitas a toda uma panóplia de autores e trabalhos que antes se haviam pronunciado acerca de preceitos poéticos e artísticos; a partir da análise realizada percebemos, ainda, as linhas de reflexão e as preceptivas poéticas do 5.º conde da Castanheira.»

In Adriano Milho Cordeiro, Arte Poética de António de Ataíde.
SOBRE
O LIVRO


SINOPSE
«O que é um signo; quais e quantos tipos de signos existem;
quais as implicações filosóficas decorrentes do conceito de signo?
Este livro parte do princípio de que o conceito de signo
não diz respeito apenas à linguística ou à semiótica em particular,
mas atravessa toda a história do pensamento filosófico. 

Trata-se de uma vasta síntese que apresenta as grandes
teorias do signo. Umberto Eco, um dos grandes mestres
da semiótica contemporânea, expõe aqui todos os
elementos necessários à compreensão da investigação
realizada no campo da linguística e das questões
associadas à comunicação e à linguagem. 

Uma obra de referência, brilhante e incontornável, que
se tornou um clássico na área das Ciências Humanas
pelo seu profundo significado cultural.»


In [em linha]: https://www.wook.pt/livro/o-signo-umberto-eco/19756605.



Aprender com a biblioteca escolar


«Vivemos uma época de profunda mudança, fortemente marcada pela revolução tecnológica e digital e com grande impacto em todos os domínios da vida social, designadamente na educação e na escola.
Para serem bem sucedidos na sua vida pessoal, escolar e profissional, os jovens têm hoje, não só de dominar os saberes convencionais, como um conjunto de novas competências de literacia, cada vez mais complexas e variadas.
A preocupação face a estas exigências tem determinado a colocação na agenda das instituições educativas, de quadros de referência sobre as aprendizagens dos alunos que hoje cabe à escola garantir, sendo de assinalar a integração curricular nestes quadros, de um conjunto de conhecimentos e capacidades transversais, considerados nucleares no nosso tempo.
Na área específica das bibliotecas, estes referenciais têm também sido abundantes e revelado uma grande evolução no seu âmbito e base conceptual, paralela à confluência da informação com as novas tecnologias, média e ambientes digitais e ao peso crescente das bibliotecas nos domínios da leitura e das literacias.
As bibliotecas escolares são um espaço educativo integrador destas múltiplas literacias, cada vez mais decisivo para as aprendizagens e a capacitação das crianças e dos jovens que as utilizam, formal ou informalmente.
A integração explícita e intencional em projetos e atividades realizadas com e pelas bibliotecas escolares, de competências nas áreas da leitura, dos media e da informação, em ambientes físicos ou digitais, constitui uma das mais importantes estratégias para o sucesso escolar e o desenvolvimento educativo e cultural dos jovens.
O referencial Aprender com a biblioteca escolar é, desde 2013, um instrumento determinante na persecução destes objetivos, tendo sido demonstrada pelo mais de meio milhar de escolas entretanto envolvidas na sua aplicação, a clara vantagem deste tipo de intervenção, quer na motivação dos alunos, quer no enriquecimento das práticas de ensino, nos resultados obtidos e nos produtos gerados.
Em 2016-17, no sentido de continuar a dar resposta a este desafio, a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) propôs-se atualizar o referencial de modo a incorporar todos os contributos dados até à data e incluir o ensino secundário neste trabalho.
Deste modo, apresenta-se uma nova edição do referencial Aprender com a biblioteca escolar, revista e aumentada, que, esperamos, venha reforçar ainda mais o valor das bibliotecas escolares como parceiras para a melhoria do ensino e da aprendizagem, o progresso dos níveis de multiliteracia e o sucesso educativo em todos os níveis de escolaridade.»
In [em linha]: http://www.rbe.min-edu.pt/np4/1904.html.

A imagem supra encontra-se no documento [em linha]: http://nonio.ese.ipsantarem.pt/esemoodle/course/view.php?id=120.

SÁBADO, OUTUBRO 29, 2016



VOLÚPIA

Somos filhos da volúpia do Cosmos,
Mimesis do micro e do macro
Gerados na Terra,
irmãos das pedras e dos rios,
Dos mares e das sombras 
do Caos e da ordem…
caminhamos para a Eternidade 
porque dela viemos 
e nela estamos, estivemos e estaremos
e sendo tempo e espaço 
clamamos por Deus,
tentando descortinar 
o mágico número da alquimia do Amor que nos fez nascer
e que a tudo deu origem!